Impactos físicos e emocionais do tratamento oncológico

O tipo de câncer, tratamento e medicação podem causar impactos na vida pós-tratamento oncológico. Os sintomas e sua intensidade e duração variam de pessoa para pessoa, mas alguns são mais recorrentes, e vamos pontuá-los a seguir.

Um dos impactos físicos mais comuns após o tratamento é a neuropatia periférica, uma alteração nos nervos que causa perda de sensibilidade, disfunção motora e formigamento nas extremidades. Esse sintoma ocorre em grande parte dos pacientes e costuma diminuir conforme os quimioterápicos vão sendo liberados do organismo, e a fisioterapia pode ajudar muito a reduzir o desconforto e normalizar as funções motoras.

Fadiga e a obesidade também são características recorrentes nessa fase, por isso a alimentação saudável e a prática de exercícios físicos são essenciais para te manter mais disposto e com o peso adequado.

Nas mulheres, os medicamentos podem provocar alteração hormonal e causar sintomas de menopausa, como ondas de calor, ressecamento vaginal, dificuldade de controlar a bexiga, depressão, insônia e sudorese noturna. Quase metade das mulheres que realizam tratamento contra o câncer de mama podem sofrer com um ou mais sintomas da menopausa.

O tratamento oncológico pode provocar alterações no paladar, que iniciam cerca de 3 a 4 semanas após o término do tratamento, isso é muito comum nas pessoas que passam por quimioterapia. Você pode perceber que o sabor das comidas está diferente e até sentir um gosto metálico ou químico na boca. Em alguns casos, pode ocorrer redução ou perda temporária do paladar. Essa alteração é mais evidente ao comer carnes e alimentos que contêm bastante proteína e ela pode causar aversão ao alimento, perda de apetite e perda de peso.

O principal problema enfrentado por quem vence o câncer é o desgaste emocional. Além do choque de receber o diagnóstico da doença, o paciente passa por um processo cansativo de tratamento, mudanças na rotina e alterações físicas. Aliada a isso, uma grande pressão social e ansiedade pelos resultados do tratamento aumentam a carga psicológica da pessoa com câncer, que costuma permanecer mesmo depois de superada a doença.

Mesmo quando o ciclo de tratamentos encerra com um resultado positivo, a angústia permanece e pode provocar ansiedade e depressão em diferentes níveis. A postura da pessoa durante o tratamento influencia muito na vida após o câncer, mas em vez de medo da recidiva é hora de encarar o momento como uma oportunidade de levar uma vida ainda mais saudável do que antes da doença. Você agora tem conhecimento, sabe o que pode ou não fazer, tem um sentimento imenso de gratidão que te motiva a aproveitar melhor os momentos, reconhece a sua força e sabe quais são as prioridades e metas a serem perseguidas. É um momento de recomeço, de superação, não deixe nada te amedrontar. Consulte um psicólogo, converse com sua família, não tenha vergonha de externar sentimentos como insegurança, são eles que nos tornam humanos. Uma ótima alternativa é dividir sua experiência com pessoas que estão enfrentando a doença, torne-se um exemplo, diga a elas o que você gostaria de ter escutado durante o tratamento. Mostre sua história de superação e motive esse sentimento positivo em outras pessoas.

Caso você apresente algum desses sintomas, deve procurar seu médico para saber como proceder no tratamento.