IST´s e o câncer

Os hábitos sexuais também são fatores de risco para a incidência de câncer, pois alguns tipos da doença têm origem em infecções por vírus transmitidos através das relações sexuais. A falta de proteção durante o sexo, o início precoce da vida sexual e a variedade de parceiros são fatores que podem influenciar na incidência de alguns tipos de câncer ligados às DSTs, principalmente câncer do colo do útero, cavidade anal, pênis e região da boca e pescoço.

O Papilomavírus Humano (HPV), que possui mais de 150 subtipos, tem sido encarado como um dos focos de campanhas de conscientização em saúde. Esse vírus pode se manifestar de forma visível, através de verrugas e coceira nas regiões genital e oral, ou de forma silenciosa. E esse é o principal motivo de preocupação, já que grande parte das pessoas desconhece que tem o vírus no organismo. Alguns subtipos do HPV (6, 11, 16 e 18) são responsáveis por induzir a formação de tumores, e grande parte dos casos de câncer de colo do útero estão ligados à infecção pelo vírus.

O vírus da Hepatite B, também transmissível sexualmente, pode provocar infecções no fígado que influenciam na formação de tumor. Já no caso do HIV, o vírus por si só não provoca câncer, mas ocasiona deficiência imunológica que deixa o organismo mais sensível à ação de outros tipos de vírus. Da mesma família do HIV, o vírus HTLV-I pode provocar doenças hematológicas graves, como a leucemia.

Para prevenir este tipo de contágio por vírus, a principal recomendação é usar preservativos nas relações sexuais e não compartilhar seringas ou agulhas. A vacina contra o HPV também é uma medida fundamental de prevenção, ela deve ser aplicada em jovens de ambos os sexos – meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos.

Também é essencial que os exames de rotina sejam realizados corretamente. O exame de Papanicolau, por exemplo, ajuda a identificar alterações no organismo que antecedem o câncer do colo do útero, podendo garantir eficiência na prevenção com o tratamento precoce – ele deve ser feito anualmente por mulheres entre 25 e 64 anos.